8 fev, 2023
A equipe de Fitopatologia e Biológicos da Fundação MT conduz
na safra de soja 2022/2023 o experimento ‘Tecnologias para o controle de
doenças’. Os ensaios estão instalados no CAD Norte, em Sorriso, no CAD
Médio-Norte, em Nova Mutum, no CAD Oeste, em Sapezal, e em áreas de pesquisa em
Primavera do Leste e Serra da Petrovina, no Sul de Mato Grosso. Para as
avaliações, os pesquisadores Mônica Müller, Karla Kudlawiec e João Paulo Ascari
dividiram os objetivos do projeto em duas etapas, a primeira chamada de Efetividade
e a segunda de Fechamento.
Na Efetividade, avaliam principalmente a eficácia de produtos
para o controle da mancha alvo e de outras doenças do início da cultura nas
duas primeiras aplicações, com início aos 35 dias após a emergência (DAE). As
entradas com aplicação acontecem no pré-fechamento das linhas da soja e foram posicionados
produtos de diferentes grupos químicos, carboxamidas, estrobilurinas e
triazóis, sempre associados a multissítios. Nessa etapa, os pesquisadores
perceberam a importância dos demais ingredientes ativos acompanhando o
protioconazol na composição do fungicida para um maior controle das doenças.
Na etapa Fechamento, o objetivo é avaliar a eficácia do
programa de fungicidas nas duas últimas aplicações, visando o controle de
doenças que ocorrem mais ao final do ciclo. Entram, por exemplo, crestamento de
cercospora, septoria, mancha alvo, antracnose e até mesmo a ferrugem asiática, avaliada
em regiões como Primavera do Leste e Serra da Petrovina. Em ambas as etapas, as
aplicações têm intervalo máximo de 14 dias.
Condições favoráveis
Em Sorriso, a pressão de doenças foi maior, em função das
condições climáticas desta safra. Lá, o volume acumulado de precipitação foi
maior ao longo de 2022, com chuvas mais regulares em outubro e novembro.
Diferente da região Oeste, em Sapezal, com esses dois meses relativamente
secos, considerando a média histórica, e com chuvas bem desuniformes.
Em cenários com chuvas mais frequentes e mais bem
distribuídas, a pressão de doenças é maior. Consequentemente, houve mais
dificuldade no controle químico, especialmente da mancha alvo, incidente no
ensaio de Sorriso.
Controle químico
O posicionamento da Fundação MT para o controle da mancha
alvo inclui aplicações com produtos que contenham o protioconazol antes das
entrelinhas da soja fechar, visando a proteção das folhas que estão no baixeiro
da planta. Também recomenda sempre utilizar multissítios com eficácia para
mancha alvo, como mancozeb, junto às aplicações de sitio-específicos. A combinação
de produtos premium com protioconazol e mancozeb nas primeiras
aplicações tem mostrado bom encaixe para o controle desta doença, e da
antracnose de vagens quando adicionado carboxamida.
Para outras doenças, como crestamento de cercospora e
septoria (DFC), os pesquisadores recomendam associar, junto aos produtos de
sítio-específicos (triazóis e estrobilurinas), os multissítios à base de
clorotalonil. Este é o ingrediente que tem mostrado maior eficácia no controle
de DFC’s. Além disso, pontuam que se deve evitar exposição de carboxamidas nas
últimas aplicações para a proteção da molécula contra a resistência do
patógeno.
Mensagem final
Nos experimentos, as diferentes tecnologias presentes nos
programas de fungicidas tiveram comportamento de controle semelhantes entre si.
Em Sapezal, o controle de cercospora tem sido mais difícil, assim como de
mancha alvo em Sorriso, mesmo com um programa de fungicidas robusto.
De todo modo, a Fundação MT orienta fazer a rotação de
ingredientes ativos e grupos químicos, sempre que possível. A prática ajuda a
reduzir a pressão de seleção de populações com os ingredientes que ainda
funcionam relativamente bem para o controle da mancha alvo, o protioconazol, e
para ferrugem asiática, as carboxamidas. Além de não exagerar no número de
aplicações.
Os resultados finais dos experimentos de todas as regiões, com informações do início da cultura até a colheita e dados do rendimento de grãos, serão apresentados no Encontro Técnico da Soja, em abril. Leia outros conteúdos sobre doenças no aplicativo da Fundação MT, na aba Fitopatologia.
Leia outros assuntos de doenças no App da Fundação MT na aba de
fitopatologia.