28 ago, 2023
Esta e outras perguntas
relacionadas à cultura serão respondidas por pesquisadores e especialistas do
setor, durante evento da Fundação MT que começou hoje, 28, em Cuiabá-MT
A adubação nitrogenada para o
algodão é de suma importância para alcançar altos tetos produtivos. Mas qual
quantidade utilizar e como fazer essa suplementação? Este e outros assuntos
estarão em debate a partir de hoje, segunda-feira, dia 28, durante o XV
Encontro Técnico Algodão, da Fundação MT (Fundação de Apoio à Pesquisa
Agropecuária de Mato Grosso), que segue até quarta-feira, 30 de agosto.
O primeiro ponto a ser levantado
sobre o assunto, segundo o engenheiro agrônomo e pesquisador de Solos e
Sistemas de Produção da instituição, Felipe Bertol, é que o algodão pode ou não
responder à adubação nitrogenada, tudo depende das condições de solo e clima em
que estão inseridas. “São muitos pontos que devem ser colocados na balança.
Tecnicamente, deve-se observar o teor de matéria orgânica presente na área,
condições de acidez, potencial produtivo do talhão e a expectativa de
produtividade. Além disso, deve-se atentar para qual fonte de Nitrogênio (N)
utilizar e quais os benefícios que trará”, pontua.
O também engenheiro agrônomo e
consultor da Ceres Consultoria Agronômica, que participa do painel, Guilherme
Ohl, reforça a importância de atenção ao ambiente. Ele vai além, destacando que
a adubação tem que atender as necessidades das plantas e as condições
edafoclimáticas em que elas estão inseridas. “Dependendo do tipo de solo, mais
argiloso, por exemplo, recomenda-se adubar em poucas parcelas com o N. Enquanto
aquele mais arenoso é preciso parcelar mais. Dependendo do volume de chuva, o
nutriente pode perder quantidade tanto por erosão superficial, quanto por
lixiviação no solo. Então, é preciso tentar entender todo o cenário para
parcelar e ter maior sucesso na absorção”, explica o especialista.
Apesar da importância da
reposição do nutriente, o pesquisador da Fundação MT lembra que ainda não
existem muitas ferramentas de predição de que dose de N utilizar, “logo, o que
vai ditar é o preço do insumo e do algodão, alinhado com o conhecimento técnico
das pessoas”. Além disso, ele pontua que é fundamental observar as condições
climáticas relacionadas à janela de semeadura para se ter uma precisão de dose
e parcelamento efetivo. “Recomendamos que a dose de N seja realizada de acordo
com o potencial produtivo histórico do talhão, assim como analisar todos os
parâmetros de eficiência da adubação nitrogenada”, reforça.
Perspectivas
Para os próximos anos na
cotonicultura, Bertol aposta em um cenário sem muitas mudanças com relação à
adubação nitrogenada, porém, destaca que o produtor pode esperar por novos
conceitos agronômicos aplicados de forma econômica na cultura. O consultor da
Ceres também enxerga que estão por vir tecnologias que diminuam as perdas do N,
podendo auxiliar na adubação. “É importante salientar a necessidade de
entendermos a dinâmica do N, não só ele, mas em conjunto com os outros
nutrientes, porque a nutrição do algodão ela não pode ser focada apenas em um
e, sim, em todos, buscando um equilíbrio deles para fornecer uma boa quantidade
para a planta e para que esta possa expressar o seu máximo potencial
produtivo”, finaliza ele.
Para entender melhor o cenário, a
Fundação MT conduz por 9 safras o experimento Nitrogênio Algodão, em
Sapezal-MT, onde testa doses do nutriente associado ao parcelamento ao longo do
ciclo.
O evento
O Encontro Técnico Algodão tem o
objetivo de disseminar dados de pesquisa de diferentes instituições, apresentar
o posicionamento da Fundação MT, promover o diálogo sobre os gargalos da
cotonicultura, debater aspectos da safra e planejar a próxima. Os três dias de
evento contemplam as modalidades online e presencial, com muitas informações
para a classe produtora e profissionais do setor se atualizarem.