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Ramulária e Mancha alvo quase não afetaram safra 21/22 em MT

12 set, 2022

Na segunda safra de algodão de Mato Grosso, com semeadura entre os meses de janeiro e fevereiro, o fator ambiente não foi favorável para a ocorrência de doenças como a Mancha da ramulária (Ramulariopsis spp.) e Mancha alvo (Corynespora cassiicola), consideradas as mais importantes da cultura.

A redução das precipitações de forma antecipada em importantes regiões produtoras de algodão, como Sapezal, Nova Mutum, Sorriso, Campo Verde e Primavera do Leste, determinou a baixa incidência das doenças do algodoeiro em relação às safras passadas. Isso trouxe mais tranquilidade aos produtores da pluma pensando no manejo de doenças da cultura.

Os resultados de pesquisas realizadas na safra 21/22 nas estações experimentais da Fundação MT, acerca das doenças, foram apresentados durante o XIV Encontro Técnico Algodão, em agosto.

Retrospectiva

Na safra 19/20, nas áreas de pesquisa da Fundação MT, houve bastante disponibilidade de água durante o ciclo, com microclima favorável para o maior desenvolvimento de ambas as doenças, chegando a 50% de incidência da Mancha alvo e 32% da Ramulária.

Na safra 20/21, o cenário foi de menor pressão de Mancha alvo (7%) e a Ramulária teve aumento (incidência de 40%). Já em 21/22 quase não houve ocorrência de Mancha alvo (1%) e a Ramulária manteve-se em torno de 30% de severidade.

É possível compreender, com isso, que a dinâmica da incidência é variável e as situações, favoráveis ou não, são diferentes em cada região.

Ensaios com fungicidas sítio-específicos

Para a realização de alguns estudos em algodão, a Fundação MT participa da Rede Ramulária. A avaliação de fungicidas sítio-específicos, aplicados de forma isolada para o controle da Ramulária, aconteceu em ensaio conduzido na região de Sapezal. É importante ressaltar que essa não é uma recomendação de manejo de fungicidas, mas sim um ensaio com o objetivo de testar a eficácia dos produtos de forma isolada para saber o quanto contribuem para o controle da doença.

Os resultados mostraram que o uso de fungicidas retardou a evolução da curva de crescimento da doença, que foi menor em relação à testemunha sem fungicidas, tendo aumentos somente a partir dos 105 dias após a emergência da cultura. Neste período, os volumes de precipitação foram bem concentrados em fevereiro e houve acentuada redução a partir de março. Na safra passada, a curva de progresso da doença acentuou já aos 90 dias após a semeadura, com volumes de precipitação mais bem distribuídos até o mês de abril. Portanto, a falta de água nessa safra desfavoreceu a evolução e pressão das doenças.

Ensaios com fungicidas multissítios

Também da Rede Ramulária, na mesma data de semeadura, os resultados dos experimentos com o uso dos fungicidas multissítios demonstraram que esses produtos têm sido uma ferramenta importantíssima para o controle da Mancha de ramulária, com destaque para o ingrediente ativo clorotalonil. Contudo, a aplicação de fungicidas multissítios à base de clorotalonil, mancozeb e oxicloreto de cobre promoveram incrementos de produtividade quando acrescentados no programa de manejo.

Conclusões

Mesmo em safras como a atual, com a condição climática desfavorável para a ocorrência tanto de Mancha alvo como de Ramulária, a aplicação de fungicidas é fundamental e deve ser feita de forma preventiva com intervalos seguros, pois o patógeno está na área. A orientação da Fundação MT ao produtor é que ele faça a integração das táticas de manejo disponíveis, entre elas o manejo cultural, químico, biológico e o genético.

Também é necessário que o produtor fique atento ao posicionamento dos produtos dentro do programa de aplicação, sempre observando a indicação com relação às doenças que acontecem na área a ser tratada.

Nova pesquisa

Durante a safra de algodão 21/22, a Fundação MT recebeu relatos e confirmou a ocorrência, na região de Sapezal, de Rhizoctonia solani, que causa o tombamento de plântulas e a mela. O problema está associado a perdas de plantas, pode gerar ressemeadura e afetar diretamente a produtividade da cultura. A Fundação MT está conduzindo ensaios a campo e em condições controladas (casa de vegetação) para entender a situação e poder trazer respostas de manejo para o produtor utilizar na próxima safra.

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