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Nematoide ataca parte aérea e causa muitos danos

2 fev, 2022

Não bastasse os nematoides que atacam as raízes das plantas, o produtor ainda precisa se atentar ao da espécie Aphelenchoides besseyi, que pode se comportar como fungívoro, alimentando-se de fungos presentes no solo ou em restos culturais, além de conseguir parasitar a parte aérea das plantas. Este também é o vilão causador da Síndrome da haste verde e retenção foliar (“Soja Louca II”), e ainda parasita plantas daninhas, além do feijão comum, algodão e feijão caupi.

De acordo com os pesquisadores da Fundação MT, apesar de ocorrer em áreas significativas na soja, este nematoide tem causado também grandes prejuízos no algodão, visto que as plantas afetadas não conseguem desenvolver frutos, zerando a produção. Dessa forma, a sucessão dessas culturas representa um risco a ambas, em especial em áreas sob pivô.

A ocorrência da Soja Louca II depende de condições ambientais favoráveis (temperaturas acima de 28 ºC e umidade alta), além da presença do patógeno na área. Com isso, considerando sua manifestação, intensidade dos sintomas e porcentagem da área afetada, a perda de produtividade pode chegar a 100%.


Como age

Após a germinação das plântulas de soja, a espécie Aphelenchoides besseyi já pode parasitar suas raízes, movimentando-se internamente, migrando para os tecidos da parte aérea, onde se alimenta preferencialmente nas regiões de crescimento, como folhas jovens e botões florais, causando necrose. Os sintomas são mais visíveis a partir de R1, entretanto, em ambiente controlado, já foi possível observar que cerca de 10 a 15 dias após a infecção, já em V1 e V2, em condições ideais para o patógeno, pode-se encontrar os sintomas iniciais característicos.

Haste verde

De acordo com informações divulgadas em estudos recentes, a ocorrência da Síndrome da haste verde da soja se dá em toda a região produtora de soja do Pará, Tocantins e Maranhão, ocorrendo também no norte do Mato Grosso e Vale do Araguaia. Na safra 2019/20 os prejuízos foram maiores na cultura do algodoeiro. Em Rondônia, há relatos de talhões que ficaram com a colheita prejudicada na última safra, devido ao problema.


Pode ser evitado?

Em áreas com histórico da presença do patógeno ou com ocorrência da doença, deve-se tomar cuidado com o uso de forrageiras, como braquiárias. Nesse caso, a recomendação é para que se use sementes com atestado de sanidade e tratadas. Além disso, se houver histórico da doença na área, evitar, sempre que possível, a sucessão soja – algodão, tendo em vista os riscos para a cultura subsequente. Há ainda a orientação de dessecação antecipada da área para o plantio da soja e o manejo adequado de plantas daninhas na pós-emergência.

Destaca-se que ainda não há produtos registrados para o controle de A. besseyi, portanto, não há também uma recomendação de manejo químico ou biológico para essa doença. Por outro lado, já têm empresas com trabalhos de pesquisa visando a utilização de produtos com essa finalidade.


Pesquisas em andamento

A maioria dos estudos desenvolvidos pela Fundação MT sobre este nematoide ainda estão em andamento, trabalhando junto com os produtores para tentar encontrar um caminho.

O que mais se pode fazer?

Além do que já foi citado pelos pesquisadores, a orientação é que em áreas infestadas os talhões afetados devem ser colhidos por último e, no caso da semeadura seguinte, semear após os demais; isso reduzirá a disseminação na área.

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